Yoga e Ayurveda

Yoga e Ayurveda

De acordo com o Ayurveda, antiga medicina indiana que caminha de braços dados com o Yoga, a saúde é a harmonia entre o corpo, a mente, os sentidos e a essência. É extremamente interessante que o corpo seja apenas um de quatro fatores mencionados para um indivíduo saudável, e isso está de acordo com o conceito ayurvédico de que todas as doenças primeiro são manifestas na mente, e depois, se as condições adequadas se apresentam, prosseguem para o corpo físico.

Isso não significa que precisamos pensar num resfriado para pegar um. O que essa afirmação quer dizer é que existem em nós pré-disposições, “marcas” mentais, derivadas de hábitos e ações feitas nesta (e em outra) vida e isto, sim, poderá resultar numa doença. Pense numa semente – nela existe o potencial para fazer brotar uma imensa árvore ou um pequeno arbusto, se usarmos a técnica japonesa de “bonsai” para controlar seu tamanho. De modo análogo, possuímos em nós a pré-disposição para os males que virão a nos afetar, e é nossa escolha se vamos fornecer as condições adequadas para que ela se desenvolva ou não.

O Ayurveda trabalha principalmente com a prevenção, e por isso muita ênfase é dada à alimentação – que é algo que dificilmente deixaremos de fazer todo dia, pelo menos três vezes, enquanto vivermos. Então, o alimento nosso de cada dia se torna nosso remédio. O mesmo pode ser dito da prática de Yoga, ela funciona purificando corpo e mente através de exercícios (posturas) e respiração (pranayama)e meditação.  

Infelizmente, há casos em que a maré é forte demais, e não é possível nadar contra ela. Aí, pronto – o corpo deixa de funcionar como deveria e alguns sintomas desagradáveis se manifestam. 

Embora possamos discutir muitos benefícios a vários tipos de condições, podemos nos ater a dois dos maiores males do mundo moderno – a dor nas costas sem causa específica e o stress. 

Segundo estudo feito pelo Yoga Health Foundation, um grupo de controle que deu prioridade a exercícios de Yoga contra um outro, que privilegiou exercícios comuns e um manual com dicas de cuidado diário, o primeiro grupo demonstrou uma melhora muito superior tanto qualitativamente, quanto quantitativamente – 14 semanas a mais sem reclamar de dor nas costas!

Isso acontece, no nível físico, pois a coluna é a linha guia que orienta todas as posições de Yoga. E não poderia ser diferente! Sem ela, não podemos ficar de pé ou sentados, não podemos andar ou correr e, mais importantemente, a coluna abriga um complexo de nervos vital para o nosso organismo, que abriga funções como transmitir impulsos nervosos do cérebro para os membros, por exemplo, ou transmitir a ele informações captadas pelo tato. Se a dor que se sente não tem causa específica, ou seja, não é sintoma de uma hérnia, pinçamento de nervo ou nada clinicamente diagnosticado, esse é o caso de dar uma chance ao Yoga. Com uma prática regular, o desconforto que é sentido geralmente na região lombar não demora muito a dar uma folga. 

Quanto ao stress, bem, para falar sobre ele é preciso saber primeiro que ele é. Segundo o Instituto Americano de Stress (AIS) o stress é “a resposta não-específica do corpo a qualquer exigência de mudança”. Parafraseando, o stress é uma reacção do corpo e da mente a situações que os estimulem, sejam elas positivas ou negativas. É claro que ninguém vai reclamar do coração acelerado que é o sintoma mais comum de uma paixão, por exemplo, e o corpo responde bem a certas situações que o estimulem, desde que a pessoa perceba o desafio como algo que ela consegue vencer (ainda segundo dados da AIS). Mas o fato é que tudo em excesso tem efeitos negativos e se a causa também não for exatamente agradável – como um chefe super-exigente, prazos, responsabilidades e uma vida amorosa frustrante – então, temos aí o que chamamos popularmente de “stress”. Temos aí, por fim, a definição final do stress negativo, que seria algo como – o sentimento experienciado quando se percebe que algo é exigido a mais do que a pessoa pode fornecer. É uma sensação, portanto. Uma mesma pessoa pode encarar um pulo de pára-quedas bastante bem, e, na verade há pessoas que fazem isto todos os dias. Para outras pessoas, entretanto, pular de para-quedas é o mesmo que cometer um quase-suicídio. 

O fator determinante do stress, portanto, é a percepção da pessoa sobre o fator stressante em si, a sensação que ele causa nela. E esse tipo de sensação é apaziguado pelo Yoga de diversas formas.

Primeiro, com os exercícios conscientes o corpo ganha um alívio através do esforço controlado das posturas (asanas), que trazem benéficos físicos comprovados como a melhora do sistema imunológico em sua resposta à inflamações, segundo pesquisa da Universidade de Los Angeles (UCLA). Além disso, como exigem atenção no momento presente, que geralmente é um ambiente tranquilo sem ruídos fortes ou estímulos radicais, a pessoa ganha um “oásis” em seu dia-a-dia.

Depois, a respiração exerce papel fundamental pois atrai o indivíduo para o momento presente em lugar de deixar sua mente vagando pelas possibilidades do que ainda vai acontecer daqui a cinco minutos dois dias, ou dez anos. Estar no presente é estar consigo mesmo, aqui e agora. É encontrar o centro, o porto seguro, o que aumentará sua resistência ao stress diário.

Finalmente, com a meditação damos à mente a capacidade de foco e a objectividade necessária para analisar cada situação e nossa resposta a elas, gerando confiança. Afinal, como disse o sábio grego Epiteto “as pessoas não são abaladas por coisas, mas pelas suas percepções dessas coisas”. 

O resultado pode ser comprovado por vários estudos, como o conduzido pela Universidade de Los Angeles que comprovou que a prática de meditação com cânticos Yogis diariamente, por apenas doze minutos, foi eficaz em reduzir sensivelmente o stress de pessoas responsáveis por cuidar de pacientes que sofriam de Mal de Alzheimer e demência. Doze minutos, só? Nada mal. Que tal dar uma chance ao Yoga?

Nesse assunto, aliás, uma das formas de aprofundar e ganhar autonomia na prática e vivência do yoga é encontrar uma boa formação! Ao contrário do que se possa pensar, uma formação em yoga não forma professores, mas yogis/yoginis experientes, que são capazes de entender a fundo o assunto e compartilhar com as outras pessoas!

Há mais de 14 anos eu conduzo uma turma com esse intuito, que já transformou mais de 600 vidas!
Se isso faz sentido pra você, dá só uma olhadinha aqui, não custa nada – https://leandrocastellobranco.com.br/curso-para-professor-de-yoga/sao-paulo/

fontes:

Yoga reduces stress; now it’s known why – http://newsroom.ucla.edu/portal/ucla/yoga-reduces-stress-now-it-s-known-236785.aspx

AIS – http://www.stress.org/what-is-stress/

Yoga Health Foundation – http://yogahealthfoundation.org/health_benefits_of_yoga_explained

Better Health Channel – http://www.betterhealth.vic.gov.au/bhcv2/bhcarticles.nsf/pages/Yoga

Leandro Castello Branco
Leandro Casttelo Branco

Leandro Castello Branco, coordenador do Saraswati Studio de Yoga no Rio de Janeiro, vive o Yoga há mais de duas décadas. Morou seis meses na Índia em 2006 e desde então teve a oportunidade de viajar estudando vedanta, yoga e meditação com diversos mestres como Swami Dayananda Saraswati, S.S. o Dalai Lama e o mestre zen Thich Nhat Hanh. É autor do "Guia Prático para o Coração do Yoga", que chegou a ser um dos mais vendidos da Amazon/Kindle na categoria "Saúde e Família" e hoje já formou mais de 520 professores de Yoga. Em 2017 iniciou um trabalho online que já impactou centenas de milhares de pessoas em cursos, workshops e palestras.

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